segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pais que batem nos filhos, filhos que matam os pais. Alunos que atiram em professoras. Chefes que agridem verbalmente seus subalternos. Motoristas apressados, estressados que trocam xingamentos, murros e pontapés. Maridos que espancam e humilham suas esposas. A violência está enraizada na sociedade, tão presente em nosso cotidiano que chega a ser vista por muitos como natural e aceitável, como se receber e transmitir esse terrorismo físico e psicológico fosse necessário.
Está faltando educação, tolerância e respeito. Sei que isso é de fácil expressão e dificil ação, mas é o que todos nós deveríamos fazer para viver numa sociedade justa e pacífica. Deveríamos ponderar nossos atos, respeitar as escolhas, aceitar as diferenças, perdoar as falhas. Deveríamos, mas não agimos dessa forma e está aí o problema.
Queremos respeito, mas não respeitamos. Queremos perdão, mas não perdoamos. Queremos honestidade, mas somos desonestos para com os outros. Queremos paz, mas vivemos em guerra. E sempre será assim.
A violência é uma deficiencia de nossa cultura, está conosco desde a infância e continuará incrustada em nosso gênio até o dia de nossa morte.
Esse cáos em que a sociedade se encontra é nossa culpa. Justo nós que nos julgamos tão sábios, humanos, respeitosos, pessoas de bem. Cremos que violência só existe nas favelas das grandes cidades, no Oriente Médio, na casa do vizinho, bem longe de nossos olhos. Grande ilusão e hipocrisia da nossa parte, visto que ela está em nós, em nossas casas, na nossa falta de educação, em nosso caráter e na nossa falta de amor ao próximo.

domingo, 27 de novembro de 2011

Não me interprete mal!

Gosto de escrever o que acontece comigo, minhas neuras, minhas tolices, o que se passa nessa minha cabeça com caraminholas e alguns espaços vagos. Gosto de fantasiar um pouco, imaginar como seria se algo acontecesse de diferente, o que não significa que eu farei algo de diferente. Só imagino, que mal há nisso?
Não idealizo coisas impossíveis...
Aconteceu de imaginar minha morte, escrever sobre isso e o texto causar frisson em alguns inimigos e preocupação em alguns amigos, mas EEEEEi pessoal, não sou retardada da cabeça para querer dar cabo de minha própria vida com minhas próprias mãos! Imaginei minha morte, porque ela vai acontecer um dia. Retardada, seria eu, se me julgasse imortal, inatingível, invencível e anunciasse aos quatro cantos que ficarei para semente!
Amo viver, por mais que a vida me dê uns chacoalhões às vezes, por mais que eu esteja desempregada, fodida, sem dinheiro, apaixonada por um canalha comprometido, estressada, carente e matando cachorro a grito... Simplesmente, tenho meus momentos "baixo astral", todo mundo tem, por que eu seria diferente? Sou humana também, estão lembrados?
Sou mais alegre que triste, isso é fato! Não significa que eu, quando triste, irei me jogar da ponte mais próxima, me atirar na frente de um caminhão ou cortar meus pulsos.
Minha morte será inevitável como a sua, como da sua vizinha, como a do passarinho que canta na sua janela de manhã, como a do motorista que você espera atravessar a rua e que vira uma esquina antes sem dar seta (e você fica puto), como a do cara que ouve funk no volume máximo ao seu lado no ônibus ou do vendedor que vendeu pra você uma geladeira semana retrasada que até agora não foi entregue! Será inevitável, porém, espero que seja muito tranqüila, enquanto durmo, e que eu não sinta dor alguma!
Escrever sobre morte, não significa que estou enjoada da vida, pelo contrário, mostra que tenho ânsia de viver, talvez esse seja o último dia, talvez não. Imaginar isso é saudável e normal, eu recomendo!

Obs: Tenho meus momentos “depre” também. Como diz aquela sábia frase: “Quem acha sempre tudo gozado é faxineira de motel”... Não é o meu caso, graças a Deus!

Pronto, passou, estou normal...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Exigências de uma futura defunta.


É estranho como a ideia da morte nos amedronta. Não sabemos quando ela chegará e nunca estamos preparados para recepcioná-la à altura. Vivemos tão pacatos cientes de que um dia ela nos fará uma visitinha indesejada, mesmo assim nunca estamos prontos para o momento derradeiro.
Nunca falamos o que queremos, deixamos para depois. Dizer que ama alguém é difícil? Imagine-se tentando dizer EU TE AMO depois de MORTO! Só na mesa branca, colega!...
Milhares e milhares de pessoas que se foram dessa para uma melhor (ou quem sabe bem pior) sem terem tido a oportunidade de dizer às pessoas que amam o quanto são importantes, sem pedir perdão a quem um dia ofenderam.
E todos se vão, mesmo se privando de muitas coisas, mesmo não comendo, fumando ou bebendo o quanto desejam, mesmo fazendo aquela caminhadinha básica de manhã para melhorar a circulação e manter a forma...

Mas nós vivemos como se a vida não fosse acabar nunca, eis o problema!

Essa nossa pretensão de imortalidade é o pior. Deixamos tudo para amanhã, como se estivéssemos certos de que amanhã estaremos vivos, saudáveis, tinindo para viver mais um dia e assim por diante... Cremos que temos tempo de sobra, e seguimos nossas vidas como se nada pudesse nos atingir.

Mas...

Um dia....

Finalmente ela chega...

E ...

Não temos como escapar da única certeza da vida...

E a vida é um ciclo justo! Por isso, como não sei quando esse ciclo irá se encerrar, deixo aqui registradas minhas exigências para o pós-morte para garantir que minhas vontades sejam cumpridas (respeitem os desejos da futura defunta precavida, no caso, eu):



1° Doem meus órgãos... O que der para aproveitar ou o que restar da minha carcaça porque não sei como vou morrer. Se for esmagada, já era!



2° Avisem meus amigos distantes... Esta missão eu já deixei alguém incumbido. Ananda Morales, não me decepcione...



3° Não mexam nas minhas coisas... Não leiam minhas anotações nos meus cadernos... queimem tudo...volto pra puxar o pé de quem ler.



4° Não façam faixas, adesivos, ou fiquem imprimindo fotos minhas com os dizeres “saudades” ou coisas do tipo... Me deixem descansar em paz!



5° Chorem bastante, se possível desmaiem... Vou me sentir um cadáver mais feliz com estas demonstrações públicas de afeto.



6° Não deixem que me dêem banho na funerária... Mande que alguém da Família ou alguma amiga minha faça isso.... Volto pra puxar o pé de quem deixar algum desconhecido me ver sem roupa.



7° Não fiquem relembrando os micos que já paguei na vida... se possível recordem-se apenas das coisas inteligentes que disse... Vão ter pouca coisa para falar de mim!



8° Deletem caixas de e-mail, conta em sites de relacionamentos....não quero que alguns imbecis fiquem mandando mensagens do tipo “Eu gostava de você”, "Não gostava de você", “Foi muito cedo”, “Foi muito tarde” etc... Não voltarei única e exclusivamente para entrar na net e responder os recados!



9° Mãe, pai, irmãos, amigos e amigas.... Amo vocês!!! Se eu morrer amanhã, vocês já sabem! Perdoem-me pelos meus erros, pelas minhas ofensas e convençam os meus credores a perdoarem também minhas dívidas...rs


10º Meu epitáfio: "Não tive um filho, não escrevi um livro nem plantei uma árvore. Merda de vida! Prefiro a morte!" rs

terça-feira, 8 de novembro de 2011

“Estava eu sem sono, no aconchego de meu quarto, pensando na possível morte da bezerra (e em como seria bom se a bezerra morresse). Fiquei lembrando que há dias você não dá o ar da graça. Pensei como isso me irrita e como eu gosto dessa irritante sensação de desdém”...

Todas nós temos uma quedinha por cafajestes, isso é fato! Por que será que temos esse instinto primitivo de querer um homem que nos arraste pelos cabelos? (no sentido figurado, claro) Por que será que nos fascinam tanto esses lobos com pele de cordeiro falsificada da Bolívia? Por que somos assim, mulheres? Me respondam!

Eu sei que uma ou outra vai negar, mas no fundo sabe que o que estou falando tem sentido.

É espantoso como todas nós sonhamos com o príncipe encantado, mas quem acaba nos “pegando” é o lobo mau ou quem sabe o ogro Shrek, para as mais desavisadas. E eu sou bem dessas, pegas por lobos e ogros. Não pensem que sou uma desiludida por um canalha qualquer e que perdeu a esperança no amor. Pensem que sou alguém que começou a prestar atenção na própria história e nas das demais mulheres, e que passou a compreender a vida como ela é...
A vida não é um conto do Walt Disney, ela está mais para um livro de Nelson Rodrigues e saiba que isso é ótimo, afinal, nada mais entediante que o felizes para sempre!

Eu particularmente acho um porre um cara no meu pé o tempo todo, querendo estar comigo todo dia, que olha pra mim com cara de bobo, repetindo o quanto gosta de mim, perguntando como foi meu dia e blá blá blá... Ele está fingindo! Francamente, você acredita na lenda do homem perfeito? Somos adultas, por favor! Eles fazem isso no início, ai nós os ignoramos... Por que será que quando mostram suas verdadeiras faces descobrimos que os amamos e ficamos sofrendo com as lembranças de quando tudo era lindo e maravilhoso, de como eles nos cortejavam, como nos amavam? Hellooooow, eles mentiram! Vamos enfiar isso na nossa cabeça e sofrer menos! Não fomos nós que erramos, é o instinto de sobrevivência deles... E eu admiro isso, afinal se eu tivesse esse desvio de conduta também usufruiria dos benefícios que isso me proporcionaria...

Bom, chega de falar "água"... Me despeço com um “Oh, e agora, quem poderá nos defender?” (assistiam Chapolin?), já que estamos todas nós condenadas a viver a mercê desses adoráveis déspotas denominados “homens”, só nos resta rezar, então, AMÉM...
Continuem assim, meninos! A gente reclama, mas gosta!... Só não reclamem quando aprendermos seus ensinamentos... Mulher aprende rápido....rs

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eu tive infância

Fico observando as crianças de hoje na porta da escola com seus fichários super descolados do Ben 10, da Hello Kitty ou do galã e da modelo do momento. Alguns, mais privilegiados, com seus celulares a punho, ipods, Blackberrys, tablets, laptops e similares. Engraçado como o mundo muda tão rapidamente. No meu tempo (que nem faz tanto tempo assim) eu tinha um caderno de brochura “simprão”, no máximo de capa dura de uma cor só. Minha mãe o encapava com papel de presente ou plástico de pacote de arroz para não estragar (reciclagem e economia). Às vezes o caderno acabava no meio do horário de aula, então tinha que recorrer aos que o Governo doava para a escola. Lembro que tinha um com a foto do peixe-boi (medonho) e atrás tinha o hino nacional. Independente da aparência do material, o importante era estudar e copiar as coisas que a tia passava na lousa. Tai, mais uma coisa que mudou, hoje em dia as professoras detestam ser chamadas de tia, perdeu-se aquele afeto de antes.
Celular, ipod, notebook? Isso não nos pertencia! Na verdade, nem existia, e quando passou a existir era coisa dos mais favorecidos financeiramente, que não era o meu caso. Nunca pensei os possuir um dia, de tão inalcançáveis eram esses bens aos meus humildes olhos.
O bichinho virtual foi um divisor de águas na minha infância. Achava fantástico ver aquele ovinho rachando, dando vida a um pequeno dinossaurinho. Era sublime acordar de madrugada para alimentá-lo, dia após dia vê-lo crescer (era uma maternidade). Padecíamos todos no paraíso virtual de nossos bichinhos até o dia que eles morriam! Só que isso não nos trazia lágrimas. Ficávamos sim, eufóricos para começar aquilo tudo de novo! Alta tecnologia, pensava eu! Pena que só pude ter um quando a febre tinha acabado, porque, como qualquer outra coisa, era muito caro no auge. Quando finalmente ganhei um só pra mim, perdeu a graça dar comida virtual e limpar a merda virtual que aquele dinossauro feio e inútil fazia.
Eu era uma criança feliz, embora fosse torturada pelos meus pais que me davam Emulsão Scott alegando que faria bem para minha saúde aquele treco nojento de gosto horrível, tirado do fígado de algum peixe fedorento que me dava náuseas, ou quando corriam atrás de mim pela casa com um vidro amaldiçoado de Merthilate quando eu me feria. Depois que reformularam aquela porcaria e agora não arde, meus pais não mais compraram o santo remedinho, acho que era só para me castigar!
Minha alegria era o Biotônico Fontoura. Ah! Que Delicia! Aquela fórmula antiga sim era boa, tinha álcool e eu adorava. Minha mãe guardava a garrafinha na porta da geladeira. Lembro de dar várias goladas durante o dia (escondida, lógico!) e mesmo assim, nunca a deixava esquecer de me dar mais uma generosa colherada 30 minutos antes das refeições, afinal, biotônico dá uma fome de leão! Sabia até a musiquinha de cór: Bea báá... Beé béé... Bei Bíí Otônico Fontouraaa...
Passava as tardes brincando na terra, cavando túneis, procurando minhocas e outros bichos estranhos. Certa vez, achei os restos mortais de um cachorro. Nunca mais cavei, fiquei assustada. Mas eu não cavava tão fundo não! Meu irmão mais velho (como todo irmão mais velho sacaneando o mais novo), dizia que se eu cavasse muito fundo iria parar no Japão e eu ficava com medo. Mas eu não o culpo por me sacanear dessa forma. Vinguei-me no nosso irmão mais novo!
À medida que eu ia crescendo, as brincadeiras iam mudando. Na transição criança/adolescente, brincava de “cai no poço” e “verdade ou desafio”. Grande parte dos meus amigos na época deram seus primeiros beijos nessas brincadeiras, exceto eu! Era politicamente correta e nunca admiti esse tipo de saliência comigo. No máximo uma voltinha na praça ou um aperto de mão. Abraço? Só se eu tivesse de muito bom humor e se fosse o mais breve possível. Desafio então? Nem pensar! Comigo era só verdade, nada mais que a verdade e ponto final.
São tantas coisas que me dão saudades. A gente cresce e esquece como era bom tudo isso, como a gente era feliz com tão pouco, com coisas tão simples. As crianças de hoje têm uma infância sem graça, sem aquele gostinho bom que a nossa tinha, e é tão efêmera quanto a nossa foi, mas sabíamos aproveitá-la como se devia. Hoje, elas vivem em seus computadores, desde muito cedo já comandam seus orkuts, facebooks, só conversam por MSN, jogam online com o vizinho do lado e acham amarelinha e pular corda brincadeiras obsoletas.
Ainda bem que sou do século passado!

terça-feira, 30 de março de 2010

MeRdas acontecem...

Álcool: Doce veneno inebriante...
"O que a cachaça não faz?", isso é questionado por nunca sabermos ao certo o que ela é capaz de fazer com a gente. Ela nos faz agir de um modo que nunca teríamos coragem em sã consciência, nos faz falar coisas que não falaríamos, dançar músicas que não dançaríamos, beijar bocas que não beijaríamos (não nessas circunstâncias). Nos transforma em pessoas que não somos ou que tentamos não ser. Liberta os leões, afugenta os medos, "soltamos a franga" para ser mais exata. Ilusão passageira, breve estado de êxtase...
Tão rápida, tão letal, tão complicado limpar a "merda feita" quando feita num alterado teor alcoólico. E nós sabemos disso, não somos desavisados e inocentes, somos sem vergonhas mesmo! Sabemos que sempre acaba em merda, mas somos demasiadamente teimosos, depois de uns copos de cerveja, então? Nem se fala! Viramos Deuses, assim, com D maiúsculo...
Não pensamos no dia seguinte, na ressaca física e moral, na alugação dos amigos, nos flashes de memória que não sabemos se são sonhos ou realidade ( se for mico, com certeza é verdade). Não lembramos de coisas básicas, do tipo, "como vim parar em casa?".
Juramos nunca mais beber, andamos semanas de cabeça baixa na rua, vergonhosos pelo nosso comportamento lamentável da última festa. E olha, se quer saber, todos sempre lembram... Passe o tempo que for, abaixe a sua cabeça quanto baixar (subterrâneo), sempre tem um que olhe para você e diga "Cara, você tava muito louco!"... E você? O que faz? Nada, meu amigo! Você simplesmente vai seguir em frente até o bar mais próximo e, vai beber pra esquecer!

Ou estou errada?!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Momentos de tensão


Ok... ok... Confesso que nos últimos dias eu estava pra baixo, possuída por uma TPM F*, curtindo uma fossa A-B-SUR-DA, chorando por motivos fúteis, gritando por motivos mais fúteis ainda e sofrendo com o inchaço e mal estar que esse período me proporciona. Ser mulher não é pra qualquer um (isso não é trocadilho), com TPM então, nem se fala. Sei que fico insuportável, até por que não suporto ninguém, começo a achar tudo e todos um saco, tudo me irrita, todos são idiotas e têm brincadeiras imbecis, dizem coisas que me magoam e eu os odeio por uns 4 ou 5 dias antes que todo esse meu ódio se derrame (literalmente). Hoje pus a mão na consciência e percebi quão pacientes são as pessoas a minha volta, merecem um troféu por me aturar nesses dias mórbidos em que eu dou um show de ignorância distribuindo coices e patadas aos ventos. É por isso que às vezes me pego com meu bom e velho amigo chocolate, o qual me faz companhia mês pós mês saciando minha carência de serotonina e adoçando meu “azedume”. Ele enxuga minhas lágrimas, torna as pessoas um pouco mais suportáveis e, eu menos irritante...

Sorte que essa tempestade logo passa... E eu volto ao normal, com meu humor mutável de tempos em tempos...